São Paulo – O economista Luiz Gonzaga Belluzzo não gosta de analisar conjuntura sem contextualizar o cenário em um panorama histórico mais amplo. Continuar lendo
Assim, por exemplo, para responder se o mercado está começando a sinalizar sua decepção com o presidente Michel Temer, ou, mais concretamente, se o mercado está de fato abandonando Temer, ele começa dizendo: "Eu não acho que essa seja uma pergunta que esclareça a situação". Para Belluzzo, é preciso situar o atual cenário no processo que começou a se formar a partir do fim de 2014, quando a ex-presidenta Dilma Rousseff começou a consolidar a ideia do ajuste fiscal.
Que país queremos? Propostas de desenvolvimento para o Brasil
BELLUZZO, Luiz Gonzaga; PRADO, Luiz Carlos Delorme; KUPFER, David; OLIVEIRA, Francisco de; CARVALHO, Ricardo Ismael; OLIVEIRA, Adilson de Rio de Janeiro: Centro Celso Furtado, 2010.
Artigo
A revista traz a íntegra dos debates e as propostas apresentadas durante o seminário fechado que o Centro Celso Furtado promoveu com seis de seus sócios no Rio de Janeiro, em agosto de 2010, pouco antes das eleições presidenciais.
Problemas de Médio e Longo Prazos do Desenvolvimento Brasileiro
BELLUZZO, Luiz Gonzaga; SARAIVA, José Drummond; COSTA, Fernando Nogueira da; AZEVEDO, José Sergio Gabrielli de; CASTRO, Antonio Barros de; LESSA, Carlos; JAGUARIBE, Helio; CANO, Wilson; TAVARES, Maria da Conceição Cadernos do Desenvolvimento. Ano 1, nº 2. Rio de Janeiro: Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, 2006.
Seminário
Luis Gonzaga Belluzzo
A missão do Centro é pensar o Brasil no contexto atual, num ambiente internacional distinto daquele que Celso Furtado examinou e observou. Continuar lendo
É esse o desafio que o Centro se dispõe a responder, a enfrentar, com a perspectiva de que este é um país que tem potencialidades para se recuperar dos tombos e dos percalços que sofreu nos últimos anos.
José Drummond Saraiva
Sinto-me honrado de estar aqui, sobretudo, pelo que representa Celso Furtado para o pensamento econômico, político e social de nosso país.
Fernando Nogueira da Costa
O Centro Celso Furtado, ao resgatar o desenvolvimento, pratica uma maneira de criar, de formar um público, de formar funcionários das empresas estatais dentro do espírito que por muitas décadas predominou no país, sob a liderança de Celso Furtado, e que foi o melhor tempo da história econômica do país.
José Sergio Gabrielli de Azevedo
O Centro Celso Furtado tem um papel absolutamente fundamental no resgate de uma tradição que teve no passado muita importância e influência. Acredito que este Centro vai resgatar a tradição e tentar atualizá-la. Vai seguir a tradição de Celso Furtado, que era um homem de pensamento e interpretação, que acreditava que mais importante que conhecer o mundo era transformar o mundo.
Antonio Barros de Castro
O grande tema de Furtado, que é o nosso tema, é o objeto Brasil, como pensar o Brasil. Quando ele começou a pensá-lo, já vinha sendo pensado por alguns clássicos, mas, sobretudo, digamos, o Brasil econômico, a problemática econômica brasileira, carecia bastante
de molduras teóricas e Furtado tem a ousadia de tentar formular, criar e propor uma moldura própria.
Carlos Lessa
Terei de usar uma colcha de retalhos e lançarei um olhar sobre o Brasil de hoje e direi que o Brasil de hoje começa por sua população, seguido pela educação, indústria e economia.
Helio Jaguaribe
Pretendo apresentar uma breve exposição que consiste, na verdade, em perguntar como é possível retomar o movimento de desenvolvimento econômico e social que o Brasil foi capaz de empreender de maneira bastante exitosa dos fins da década de 1940 até fins da década de 1970, para mergulhar em seguida nessa lamentável estagnação em que nós encontramos nos últimos 25 anos.
Wilson Cano
Podemos simplificar a lista dos nossos objetivos em dois grandes vetores. Primeiro, obter um alto e persistente crescimento da produção e do emprego. Segundo, obter um expressivo resgate da nossa imensa dívida social. Tais objetivos não estão hierarquizados, antes pelo contrário, estão interagindo.
Maria da Conceição Tavares
Como disse Jaguaribe, tomara que nós conseguíssemos fazer deste Centro um ISEB, mas não é provável. Não é provável porque a história do nacional-desenvolvimentismo não se repete. Temos de olhar as questões principais de todos os ângulos. Os vários setores econômicos e as empresas; olhar a demanda da dívida social nas suas dimensões heterogêneas.
BERCOVICI, Gilberto Revista Caros Amigos, nº 229, ano XIX 2016.
Artigo
Nós últimos dias, a disputa entre aqueles que são favoráveis ou contrários ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff também se deu na qualificação ou não desse processo como um golpe de Estado. Continuar lendo
Vários juristas, ministros e ex-ministros do Supremo Federal Tribunal (STF) vieram a público defender a argumentação cabotina de que o processo de impeachment está previsto na Constituição, portanto, não poderia ser um golpe de Estado. A realidade é um pouco mais complexa, no entanto, do que os falsos sofismas com que os opositores ao atual governo no meio jurídico pretendem confundir a opinião pública.
O Desenvolvimentismo: do pós-guerra até meados dos anos 1960
BIELSCHOWSKY, Ricardo O desenvolvimento econômico brasileiro e a Caixa: palestras / Ricardo Bielschowsky ... [et al.]. – Rio de Janeiro : Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento : Caixa Econômica Federal, 2011.
Seminário
Desenvolvimento econômico é o crescimento com transformação estrutural, que conduz ao aumento de produtividade no trabalho e à melhoria do bem-estar. Continuar lendo
Nem sempre vem acompanhado de melhor distribuição de renda, e quase jamais caminha com a preservação ambiental. É também a ideologia de promoção do processo de desenvolvimento econômico por meio de uma combinação entre Estado e mercado. Hoje, o mercado é governado por ações públicas e não tem a primazia na realização da eficiência econômica por si só.
BIELSCHOWSKY, Ricardo; RODRÍGUEZ, Octávio; GANZ, Clemente Lúcio; POCHMANN, Márcio; LESSA, Carlos Cadernos do Desenvolvimento. Ano 1, nº 1. Rio de Janeiro: Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, 2006.
Seminário
Ricardo Bielschowsky Celso Furtado deu três contribuições fundamentais ao estruturalismo, e todas elas têm a ver com a idéia de subdesenvolvimento e com a relação de crescimento e distribuição de renda. Continuar lendo
Octavio Rodriguez Estas notas procuran delinear los contenidos fundamentales de una agenda del desarrollo, en los días que corren. Las bases analíticas principales en las mismas se sustentan provienen de puntos de vista de Celso Furtado atinentes a la temática de la cultura, sintetizada en los primeros ítems. Clemente Ganz Lúcio O objetivo a ser alcançado é fazer a sociedade brasileira mais igualitária, sem disparidade de gênero e raça, com a renda e a riqueza bem distribuídas e vigorosa mobilidade social ascendente. Márcio Pochmann O método que escolhi para fazer a minha exposição partiu da escolha de quatro referenciais de Furtado para fazer um contraponto com nossa atualidade no Brasil. Inicio com o primeiro ponto a respeito de Celso Furtado, de seu otimismo e de seu compromisso com o Brasil. Isso está expresso nas suas obras, especialmente para quem teve oportunidade de conviver com ele, ou pelo menos, de assistir às suas conferências. Carlos Lessa É inquestionável que, nesses 25 anos, o Brasil teve, na melhor das hipóteses, um lento crescimento. Não vou falar de estagnação, porque essa é uma palavra que me cria uma série de problemas, já que interrompe processos, congela estados. Porém, eu queria chamar a atenção para o fato de que houve intensas transformações por baixo desse lento crescimento, as quais se deram menos no espaço da economia e mais no chamado corpo social, político e institucional. Márcio Pochmann Estas notas procuran delinear los contenidos fundamentales de una agenda del desarrollo, en los días que corren. Las bases analíticas principales en las mismas se sustentan provienen de puntos de vista de Celso Furtado atinentes a la temática de la cultura, sintetizada en los primeros ítems.
Resenha | Rafael Cacau Botelho | Os tigres, o dragão e o sabiá
BOTELHO, Rafael Cacau Revista Jornalismo e Cidadania, n. 7 / 2017.
Resenha
É inegável que a colonização européia deixou marcas profundas no Brasil. Continuar lendo
Desde o idioma, passando costumes, valores e
religião, os vários povos do “velho mundo” são referências latentes para o brasileiro. O que, talvez, passe despercebido é como o nosso imaginário é igualmente importado pelas experiências dos colonizadores. A Ásia, ou o oriente, é ainda uma grande desconhecida. Coberto de exotismo e muita mística, o grande continente nos é mostrado tal qual o veneziano Marco Polo relata as Cidades Invisíveis (Italo Calvino, 1972) do império tártaro de Kublai Khan.
O último número (9) dos Cadernos do Desenvolvimento, que aliás inaugura uma nova fase desta importante publicação do Centro Internacional Celso Furtado, oferece-nos uma entrevista do economista Luciano Coutinho, presidente do BNDES, extremamente interessante e esclarecedora sobre as diretrizes adotadas com sucesso pela economia brasileira nos últimos anos, que resultaram em posições bastante sólidas em dois aspectos que historicamente nos abriam quase permanentemente agudas vulnerabilidades: o aspecto fiscal, equilibrado em definitivo pela Lei de Responsabilidade Fiscal, e o aspecto cambial, robustecido pela condução hábil do setor que acumulou reservas jamais imaginadas antes pelos nossos economistas. Continuar lendo
Apoiado nessas posições sólidas, o Brasil superou com relativa facilidade a crise de 2007-08, utilizando competentemente a ação estratégica e decisiva dos seus bancos públicos, entre os quais, o mais importante, o próprio BNDES.
A doutrinação sistemática anticomunista, de inspiração norteamericana, a que vêm sendo submetidos nossos Oficiais, há muitos anos, durante a formação profissional, complementada pelas numerosas oportunidades de visitar as instalações militares da grande nação americana, têm produzido o efeito de aumentar permanentemente a preocupação das nossas Forças Armadas com a questão da ordem interna (perturbada sempre pelos “comunistas”), e anestesiar inquietações, que seriam normais, em relação à principal missão, mencionada em primeiro lugar no artigo 142 da Constituição, sempre citado, que é a Defesa da Pátria.