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Cadernos do Desenvolvimento nº 5


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Rio de Janeiro, dezembro de 2008, ano 3, nº 5
256 páginas
ISSN - 1809-8606
 
 
 
Este número do periódico traz os textos debatidos no seminário sobre a Integração Sul-Americana, ocorrido em Campinas (SP) no fim de 2007 e que se tornou uma linha de pesquisa do Centro Celso Furtado.
 
 
 
 Sumário
   

 

Ao longo das últimas décadas, economistas de todos os matizes digladiaram-se em busca de uma interpretação para as distintas histórias de desenvolvimento (ou de sua ausência) na periferia. Comparar e explicar as diferentes trajetórias de países da América Latina e da Ásia, em particular, tem sido o ganha-pão de gerações de acadêmicos e o motivo de infindáveis polêmicas entre ortodoxos e heterodoxos. Que lições teria o sucesso asiático a ensinar às fracassadas empreitadas latinoamericanas? Não há consenso e provavelmente jamais haverá: não há explicações simples (e ao mesmo tempo consistentes) para fenômenos dessa complexidade. (ANTONIO CARLOS MACEDO E SILVA)
 
O período histórico ao qual se costuma denominar “globalização” tem representado, para os países em desenvolvimento de uma maneira geral, uma época muito mais de desafios do que de oportunidades — muito aquém, portanto, das promessas embutidas na onda de reformas liberalizantes que, nas diferentes regiões periféricas, abriram as portas dos novos tempos. (ANDRÉ MARTINS BIANCARELI)
 
A despeito das proposições e iniciativas favorecedoras de uma maior integração dos países da América do Sul, a definição dos objetivos econômicos e sociais principais, as estruturas econômicas e de poder nacionais, as estratégias formais de integração e os regimes de política econômica — tais como os que se desenvolveram nos últimos anos na América do Sul — são contraditórios com essa intenção geopolítica. A ênfase posta no livre-comércio, o descompasso entre o predomínio das iniciativas brasileiras e o seu crescente saldo comercial intra-regional, as assimetrias entre os países e a debilidade das iniciativas em direção a uma carta social inibem, se não forem superados, a construção de uma área econômica integrada. (CARLOS AGUIAR DE MEDEIROS)
 
A América Latina só deixa de absorver recursos reais em 2003, em razão do superávit em transações correntes oriundo do salto das exportações e decorrente da elevação dos preços das commodities. A partir daí, segue um padrão similar ao das economias asiáticas, de acumulação de reservas e redução do passivo externo líquido, mas em escala muito mais reduzida. Até que ponto esse novo perfil da América Latina permite pensar na superação da dicotomia trade versus capital account? Tudo dependerá da perenidade das mudanças. (RICARDO CARNEIRO)
 
O temor de que o sistema de mercado não seja capaz de produzir níveis socialmente toleráveis de inclusão — e, por decorrência, de que novos episódios de instabilidade política possam surgir sobre os escombros da crescente distância entre ricos e pobres — aparece, cada vez mais, nas análises sobre o futuro da ordem econômica e política mundial. (ANDRÉ MOREIRA CUNHA)





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