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Desenvolvimentismo


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O desenvolvimentismo foi uma resposta aos desafios e oportunidades criados pela Grande Depressão dos anos 30. Os projetos nacionais de desenvolvimento e industrialização na periferia nasceram no mesmo berço que produziu o keynesianismo nos países centrais. 

A onda desenvolvimentista e a experiência keynesiana tiveram o seu apogeu nas três décadas que sucederam o fim da Segunda Guerra. O clima político e social estava saturado da idéia de que era possível adotar estratégias nacionais e intencionais de crescimento, industrialização e avanço social.

Os resultados, ainda que desiguais, não foram ruins. Comparada a qualquer outro período do capitalismo, anterior ou posterior, a era desenvolvimentista e keynesiana apresentou desempenho muito superior em termos de taxas de crescimento do PIB, de criação de empregos, de aumentos dos salários reais e, no caso de países como o Brasil, ficou devendo a universalização dos direitos sociais e econômicos.

Nos anos 90, o cosmopolitismo liberal se lançou à aventura da desconstrução da idéia de nação. Para tanto, se embrenhou nos misteres de ocultar e negar a existência de hierarquias e dominação nas relações internacionais, de exaltar as virtudes regeneradoras da concorrência, de estigmatizar a coordenação do Estado.

O resultado, desastroso no plano material e, ademais, movediço na formulação teórica, tornou cristalina a necessidade de se retomar — e atualizar — a agenda do desenvolvimento nas novas condições da economia internacional.

Faz parte desse aggiornamento contrapor-se à dependência mental que teve em Celso Furtado um obstáculo de inteligência e de caráter suficientemente forte para torná-lo uma referência heterodoxa ainda em vida. O Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento nasce com o propósito de honrar a trajetória do mestre.

O que implica, desde logo, o compromisso intelectual de encarar com igual desassombro os desafios teóricos e políticos do desenvolvimento em nosso tempo.
(adaptado de texto de Luiz Gonzaga Belluzzo, primeiro presidente do Centro Celso Furtado. Leia a íntegra).

O Centro Celso Furtado apoia a pesquisa e a expansão do ensino da disciplina de Desenvolvimento Econômico e Social nos institutos de economia e ciências sociais das universidades brasileiras, através da reedição de clássicos como A economia do subdesenvolvimento de A. N. Agarwala e S. P. Singh, e Desenvolvimento e subdesenvolvimento de Celso Furtado, e ainda de obras sobre o pensamento de Raul Prebisch e outros economistas e pesquisadores, na coleção Economia Politicia e Desenvolvimento. Esse apoio se manifesta também na inclusão, nos programas de bolsas do Centro, de linhas de pesquisa específicas sobre as discussões teóricas de desenvolvimento econômico e social.

O Centro é também um dos fundadores da Rede Brasileira de Ensino de Desenvolvimento Econômico, criada por iniciativa conjunta de professores de universidades brasileiras com apoio do IPEA e do escritório da Cepal no Brasil. Seu objetivo principal é congregar, através de uma Rede permanente de intercâmbio, os professores de Desenvolvimento Econômico tanto de graduação como pós-graduação, visando aprimorar a qualidade do ensino desta disciplina no país.

O Centro organizou em agosto de 2011 um workshop sobre O novo desenvolvimentismo e uma macroeconomia estruturalista do desenvolvimento onde estará em pauta uma das reflexões mais ativas das teorias econômicas heterodoxas contemporâneas, o novo desenvolvimentismo, projeto criado na Fundação Getulio Vargas de São Paulo por um grupo de economistas sob a égide do professor Luiz Carlos Bresser-Pereira, conselheiro do Centro Celso Furtado. Esse movimento se organiza em torno do documento Dez teses sobre o novo desenvolvimentismo (www.tenthesesonnewdevelopmentalism.org/theses_portuguese.asp), que centenas de economistas vêm subscrevendo.






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