Cadernos do Desenvolvimento. Ano 5, nº 8. Rio de Janeiro: Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, 2011.
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Cadernos do Desenvolvimento 8 (maio de 2011) - Pesquisa “A Sudene de Celso Furtado: 1958-1964” | Dossiê “Segurança alimentar e segurança energética” | Dossiê Celso Furtado, com uma entrevista inédita de Celso Furtado. Continuar lendo
Essa edição publica o dossiê “Segurança alimentar e segurança energética”, uma seleção das comunicações apresentadas no seminário organizado em parceria com a UFRRJ e a Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales de Paris; a pesquisa coordenada pelo professor Marcos Costa Lima e que inspirou a exposição “Celso Furtado: Vocação Nordeste”, e um dossiê Celso Furtado que inclui uma entrevista inédita de Celso Furtado, pelo falecido professor Eduardo Kugelmas.
FURTADO, Celso Cadernos do Desenvolvimento. Ano 1, nº 2. Rio de Janeiro: Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, 2006.
Artigo
Comentários e “Perspectivas da Economia Brasileira”
1. Continuar lendo
Grau de Integração da Economia Brasileira
O objetivo destas conferências é equacionar o problema do desenvolvimento da economia brasileira em sua etapa anual, analisar as tendências fundamentais e, pela projeção dessas tendências, tentar a determinação dos principais fatores que poderão reduzir o ritmo desse desenvolvimento nos próximos anos.
2. Os Desequilíbrios Fundamentais
As forças que impulsionam o desenvolvimento da economia partem de dois focos principais: o setor exportador e o industrial. O impulso criado pelo primeiro desses focos se expande e multiplica por meio do segundo. Essa expansão , quando se realiza espontaneamente , tente a causar pressão cada vez maior sobre a capacidade de importar. Isso tende a causar um desequilíbrio e é inerente à etapa atual de desenvolvimento da economia brasileira.
3. Perspectivas da Capacidade para Importar
Nas palestras anteriores fizemos amplas referências ao setor externo como dinâmico na atual etapa de desenvolvimento da economia brasileira. Examinemos agora as perspectivas que se apresentam a esse setor.
4. O Setor Industrial como Elemento Dinâmico
A importância proporcional desse setor, como fonte de emprego, ainda é relativamente pequena. A verdadeira importância do setor industrial ainda é muito maior do que se depreende do nível relativo de sua produtividade.
5. Ritmo Provável do Crescimento no Próximo Decênio: A Relação Produto-Capital
Dados o crescimento da população, a abundância de recursos naturais não atualizados, o dinamismo da classe empresária e a consciência que se formou no setor público da necessidade de intensificar o desenvolvimento, pode-se admitir como altamente provável que se manterá no futuro o crescimento do sistema econômico brasileiro.
6.Ritmo Provável de Crescimento: O Esforço de Poupança
O esforço real de crescimento realizado por uma economia traduz-se na taxa de poupança. A eficiência na utilização da capacidade produtiva tem, evidentemente, grande importância em um programa, pois aumentar a eficiência significa acelerar sem exigir maior esforço da população.
7. O Problema das Disparidades Regionais
Uma política bem concebida de programação do desenvolvimento deve partir da verificação de que a economia brasileira não é um sistema integrado. Já nos referimos à grande disparidade nos níveis de renda e de ritmo de crescimento existentes entre os dois principais sistemas econômicos do território brasileiro.
8. A Programação Preliminar
A programação preliminar constitui uma tomada de consciência dos problemas nacionais e requer a elaboração dos instrumentos necessários para atuar na programação efetiva. Ao concluir-se essa etapa, deveria estar preparado o verdadeiro programa a ser posto em marcha no início do período seguinte.
9. A Política Monetária
Não basta reunir em tempo útil a informação necessária e definir metas concretas nos setores básicos. Para passar a ação prática, é indispensável que o governo interfira na formação da poupança, na canalização dos recursos financeiros e na orientação dos investimentos.
10. Aspectos Fiscais e Administrativos
Os objetivos da política fiscal são particularmente amplos na realização de um programa de desenvolvimento. Esses objetivos incluem desde a elevação da taxa de poupança até a complementação direta da iniciativa privada. A realização de tão ampla tarefa requer aparelhamento fiscal e administrativo que dificilmente se encontra nos países subdesenvolvidos.