Quebrando o mito: existe uma nova classe média brasileira?
POCHMANN, Márcio Revista Rumos, nº 278, novembro/dezembro 2014.
Entrevista
O economista Márcio Pochmann, professor da Unicamp e presidente do Ipea por longo mandato, navega em um mar de números, dados e análises históricas para decretar, na contracorrente do pensamento consensual que se estabeleceu no país: não temos uma nova classe média no Brasil. Continuar lendo
Pochmann não desconsidera ou minimiza a forte mobilidade social que ocorreu nos últimos anos – ao contrário, compara, guardadas as devidas proporções, ao ocorrido na Europa do pós-guerra, com a elevação da renda dos mais pobres, níveis seguros de emprego e a implementação de um estado de bem estarsocial. O que ele defende é que considerar a recomposição dos ganhos da classe trabalhadora e a diminuição da desigualdade como ascensão de uma nova classe média pode ser uma armadilha para o fortalecimento de teses que advoguem a diminuição do papel do Estado na sociedade brasileira. Afinal, para que um Estado forte em um país de
classe média, que não precisa do braço estatal para corrigir as assimetrias e oportunizar o acesso aos serviços básicos aos mais frágeis da pirâmide social?
POCHMANN, Márcio O desenvolvimento econômico brasileiro e a Caixa: palestras / Ricardo Bielschowsky ... [et al.]. – Rio de Janeiro : Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento : Caixa Econômica Federal, 2011.
Seminário
Minha explanação se divide em duas partes. Continuar lendo
A primeira, mais breve, será uma reflexão
acerca do Brasil nos dias atuais. A segunda, maior que a primeira, destina-se ao exame dos
desafios que um país como o nosso tem de enfrentar do ponto de vista do desenvolvimento.
São três grandes desafios, que, na verdade, constituem desafios da própria humanidade
neste século XXI.
Nós temos condição de fazer uma afirmação: o Brasil não aceita mais ser liderado. O país
quer liderar a construção compartilhada de outro padrão civilizatório. Isso não é algo
simples num país com as nossas especificidades, que não está no centro do desenvolvimento
da economia mundial. Somos considerados ainda um país subdesenvolvido, que não carrega
na bagagem as mesmas conquistas que outros obtiveram.
Economia política da crise econômica nos Estados Unidos: a retomada está em andamento?
PRADO, Luiz Carlos Delorme Jornal dos Economistas, nº 264, pp.3-4, Julho/ 2011.
Artigo
Crises econômicas têm sua própria dinâmica. Continuar lendo
Em seu percurso tradicional emergem como um crash e terminam
como uma crise política. Foi assim na década de 1930 e está sendo assim sete décadas depois. A crise atual eclodiu com
o estouro da bolha do subprime e adquiriu dimensão política nas disputas geradas pela administração
dos grandes déficits públicos nos EUA e na Europa. Tal como a crise de 1930, interpretações da crise atual têm sido
uma arena de debate das diversas correntes econômicas.
PRADO, Luiz Carlos Delorme Rev. Econ. Contemp., Rio de Janeiro, v. 15, n. 1, p. 198-215, jan-abr/ 2011.
Artigo
A vida profissional de Erber deu-se nos quarenta anos compreendidos entre o período
que ficou conhecido como “milagre econômico” e o fim do segundo governo
Lula. Continuar lendo
Como economista do desenvolvimento, presenciou a euforia do crescimento
acelerado e o fracasso do projeto desenvolvimentista. Foi observador, analista e crítico
das reformas econômicas conservadoras que foram capazes de encerrar um longo
ciclo de alta inflação, mas criaram as bases de uma nova convenção que, na visão de
Erber, era pouco funcional à retomada de um projeto de desenvolvimento de longo
prazo. Atuou como pesquisador, professor e policy maker em Política Científica e
Tecnológica e em Política Industrial. Participou de governos, como secretário adjunto
do Ministério de Ciência e Tecnologia e (duas vezes) como diretor do BNDES.
PRADO, Luiz Carlos Delorme O desenvolvimento econômico brasileiro e a Caixa: palestras / Ricardo Bielschowsky ... [et al.]. – Rio de Janeiro : Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento : Caixa Econômica Federal, 2011.
Artigo
O papel dos bancos e principalmente dos sistemas financeiros na promoção do
desenvolvimento econômico tem sido um tema constante nos debates de história econômica
e de política econômica. Continuar lendo
1 No Brasil, os bancos públicos foram fundamentais para viabilizar o
crescimento econômico do país, sobretudo pelo financiamento de investimentos em infraestrutura
e de longo prazo da indústria. A Caixa Econômica tem papel singular na história
bancária no Brasil. Foi através dessa instituição que o Estado brasileiro atuou no financiamento
de áreas sensíveis e de grande importância, como saneamento e habitação. A Caixa, além
disso, tem papel fundamental como a gestora de políticas sociais do Estado, na função, por
exemplo, de agente de pagamento da bolsa família e administradora do FGTS.
PRADO, Luiz Carlos Delorme O desenvolvimento econômico brasileiro e a Caixa: palestras / Ricardo Bielschowsky ... [et al.]. – Rio de Janeiro : Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento : Caixa Econômica Federal, 2011.
Seminário
O Brasil passou, ao longo do século XX, por um processo de profunda mudança. Continuar lendo
Vivemos
um momento em que olhamos para esse país imenso, com base industrial muito
ampla, e temos pouca noção da velocidade e da transformação da economia brasileira no
século passado.
O Brasil saiu do século XIX como um país muito atrasado, mesmo em comparação com
nossos vizinhos latino-americanos. Ao longo do século XX, entretanto, longos períodos de
crescimento alteraram a estrutura da economia e da sociedade, apesar de momentos em
que dificuldades econômicas reduziram (ou mesmo interromperam) esse dinamismo. Entre
1900 e 1980, o PIB brasileiro cresceu cem vezes, e a renda per capita, dez vezes. Foi uma
transformação realmente sem precedentes. Dois ou três países no mundo tiveram crescimento
tão expressivo ao longo do século XX. Esse longo período de prosperidade foi interrompido
em 1980.
Melhorias sociais no estado de São Paulo: 2004 a 2008
QUADROS, Waldir Texto para Discussão. IE/UNICAMP, n. 184, out. 2010.
Artigo
O texto reflete sobre os efeitos que a ausência de um padrão de desenvolvimento auto sustentado provoca nas estruturas econômicas mais complexas, como no caso específico de São Paulo, e analisa o desempenho social paulista a partir de 1981 e se detém com mais vagar no recente ciclo de crescimento econômico mais expressivo, que vai de 2004 a 2008.