CARNEIRO, Ricardo Textos Avulsos. Observatório da Economia Global,n. 1, abr. 2010.
Artigo
Analisar e projetar como ficará a ordem econômica internacional fundada no dólar como moeda reserva e na ampla mobilidade de capitais é uma tarefa crucial para refletir quais serão os constrangimentos ou impulsos que advirão dessa ordem para os países periféricos. Continuar lendo
Este texto procura discutir este assunto partindo da hipótese mais geral de que os já recorrentes desequilíbrios desse sistema, associados a outros desencadeados pela crise, conduzirão necessariamente a mudanças no SMI, cujo sentido maior será o de ampliar a sua instabilidade. Para realizar essa tarefa examinam-se inicialmente de um ponto de vista mais abstrato os requisitos da existência de uma moeda reserva. Em seguida, discute-se o papel das várias moedas importantes no âmbito internacional, quantificando o seu peso nas transações cambiais, comércio, reservas e fluxos financeiros. O passo seguinte consiste em avaliar como os fluxos de capitais internacionais e os mercados financeiros domésticos dão suporte à preeminência do dólar. Por fim, à guisa de conclusões, avalia-se de modo exploratório como se poderia organizar o novo SMI.
Commodities, choques externos e crescimento: reflexões sobre a América Latina
CARNEIRO, Ricardo Serie Macroeconomía del desarrollo N° 117, CEPAL, Nações Unidas, janeiro de 2012.
Artigo
A elevação de preços das commodities, cuja duração alcança quase uma
década, tem levado muitos economistas a rever as suas concepções a
respeito das possibilidades de desenvolvimento das economias
especializadas na sua produção. Continuar lendo
Até o início dos 2000, não era incomum
mesmo em searas ortodoxas, as referências à deterioração dos termos de
intercâmbio como fator impeditivo do desenvolvimento e mesmo, alusões
ao caráter paradoxal da benesse da abundância dos recursos naturais como
geradora de seu contrario; a maldição.
A intensidade, em termos de patamar, a abrangência, quanto ao
número de produtos, e a duração, em número de anos, do aumento de
preços, sugere que se está diante de fatos históricos particulares a requerer
uma análise e reflexão aprofundadas. Este trabalho se propõe a abordar este
tema, destacando uma questão de fundo: até que ponto agora é diferente?
Estaremos de fato diante de uma nova configuração do sistema mundial e de
novas tendências nos preços, que podem se constituir num importante
incentivo para o desenvolvimento dos países subdesenvolvidos,
particularmente na América Latina?
Para abordar o assunto, optou-se por privilegiar alguns aspectos
dentre tantos outros possíveis, bem como, lançar mão de informações
estatísticas para um período mais largo, na esperança de que o passado
ajude a entender o presente. Assim, são examinados na sequência do
texto: a natureza da produção de commodities e o desempenho comparado
dos países periféricos nelas especializados; a tendência secular dos preços,
no que tange a patamares, volatilidade e correlação; a recente
financeirização dos preços; os padrões de especialização produtiva na
América Latina e os perfis alternativos de política econômica; os arranjos
de políticas internacionais.
Environment and Population in Brazil Semiarid Northeast
CARVALHO, Otamar de In: HOGAN, DANIEL, Joseph, Elza Berquó and Heloísa S. M. Costa (eds.) Population and environment in Brazil: Rio + 10. Campinas: CNPD, ABEP, NEPO, 2002.
Celso Furtado e o subdesenvolvimento (A PROPÓSITO DA 10ª EDIÇÃO DE TEORIA E POLÍTICA DODESENVOLVIMENTO ECONÔMICO)
CAVALCANTI, Clóvis 2004.
Resenha
Uma releitura do que Celso Furtado escreveu sobre o subdesenvolvimento (anos 60) mostra claramente sua atualidade. Continuar lendo
Utilizando o raciocínio estruturalista e o método histórico, Furtado chega a conclusões do tipo: “o subdesenvolvimento é ... um processo histórico autônomo”, não constituindo “uma etapa necessária ... de formação das economias capitalistas”; “a única tendência visível é para que os países subdesenvolvidos continuem a sê-lo”; “o desenvolvimento do século XX vem provocando uma concentração crescente da renda mundial”, com “uma ampliação progressiva do fosso entre as regiões ricas e os países subdesenvolvidos”; “o subdesenvolvimento é a manifestação de complexas relações de dominação-dependência entre povos, [tendendo] a autoperpetuar-se sob formas cambiantes”; tudo isso requerendo “a tomada de consciência da dimensão política da situação de subdesenvolvimento”, com a formação de “centros nacionais de decisão válidos”.