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36º Encontro Anual da ANPOCS


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MR26 -  Celso Furtado: cultura e criatividade
 
2ª feira, 22/10/2012, 9h, Sala 09, Hotel Monte Real
 
Coordenação: Rosa Freire d’Aguiar Furtado (Centro Internacional Celso Furtado de políticas para o Desenvolvimento)
 
Expositores:
Marcos Costa Lima (UFPE, ANPOCS)
Thales Haddad Novaes de Andrade (UFSCar) 
 
 
A mesa-redonda “Celso Furtado: Cultura e Criatividade” teve a  participação de: Rosa Freire d’Aguiar, editora da coleção “Arquivos Celso Furtado”, professor Thales Haddad Novaes de Andrade, do Departamento de Ciências Sociais da UfsCar, e professor Marcos Costa Lima, do Programa de Pós-Graduação de Ciência Política da UFPE e presidente da Anpocs. Rosa discorreu sobre o novo volume da coleção, “Ensaios sobre cultura/Ministério da Cultura”, editado pelo Centro Celso Furtado e a Contraponto, e que reúne textos de Celso Furtado sobre temas culturais, além de entrevistas concedidas por ele à época em que foi ministro da Cultura e textos críticos de sua atuação. Lembrou que quatro foram os momentos principais da reflexão de Celso Furtado sobre a cultura: meados e fins dos anos 70, em que escreveu os livros “O mito do desenvolvimento econômico” e “Criatividade e dependência”; anos em que esteve à frente do Ministério da Cultura (1986-88); anos em que integrou a Comissão Mundial de Cultura e Desenvolvimento (1993-95), da Onu/Unesco; anos em que foi membro da Academia Brasileira de Letras (1997 até sua morte em 2004). Discorreu também sobre a dimensão cultural inerente ao subdesenvolvimento, aspecto sobre o qual Celso Furtado foi o primeiro a teorizar, já em fins dos anos 1940, e que atualmente tem sido objeto de diversas teses acadêmicas. Thales se deteve no elo entre criatividade e o capitalismo, com foco na ciência e na tecnologia, lembrando que Celso Furtado faz, em certo sentido, uma sociologia da ciência weberiana, e o aproximando de nomes como Amilcar Herrera. Ressaltou a atualidade das reflexões de Celso Furtado para o debate que hoje se faz necessário sobre o nosso sistema de ciência e tecnologia, que cada vez mais se aproxima, de forma acrítica, dos sistemas dos países centrais. Marcos fez sua palestra em torno da cultura, modernização dependente e subalternidade. Depois de traçar uma linha de continuidade de pensamento entre Lévi-Strauss, o filósofo mexicano Leopoldo Zea e Celso Furtado, estabeleceu uma comparação entre os textos culturais de Furtado e os estudos dos teóricos indianos que, com forte influência de Antonio Gramsci, criaram os Subaltern Studies, escola que se concentra não nas elites, mas nos subalternos como agentes de mudança, e também nos intelectuais. Marcos detectou a proximidade deles com Celso Furtado e apontou para a necessária rediscussão da questão nacional em um mundo globalizado. O professor Gustavo Lins Ribeiro, titular do Departamento de Antropologia da UnB, e eleito o novo presidente da Anpocs na assembleia do 36º Encontro, foi um dos presentes à mesa do Centro Celso Furtado e manifestou a Rosa Freire d’Aguiar o seu desejo de prosseguir a colaboração com o Centro, firmada nesses dois ultimos anos.

 






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