A palestra de encerramento do 1º Congresso Internacional do Centro Celso Furtado, na tarde de sexta-feira 17 de agosto, ficará a cargo da professora Maria da Conceição Tavares. Autora de importantes contribuições para o pensamento econômico brasileiro, Conceição foi recentemente homenageada pelo Centro Celso Furtado com o lançamento do livro Desenvolvimento econômico e crise, organizado pelo professor da UFRJ Luiz Carlos Delorme Prado. Publicado pela Contraponto, o livro é composto de ensaios em comemoração aos 80 anos da economista, celebrados em 2010.
Pela mesma editora, o Centro Celso Furtado acaba de lançar também Ensaios sobre Cultura e o Ministério da Cultura. Trata-se do número 5 dos Arquivos Celso Furtado, com artigos e intervenções do economista sobre as relações entre cultura e economia, assim como textos por ele escritos durante sua passagem pelo Ministério da Cultura, na segunda metade dos anos 80.
Uma das fundadoras do Centro Celso Furtado e sua presidente acadêmica entre 2005 e 2007, Maria da Conceição Tavares influenciou diversas gerações de economistas brasileiros e deixou marca indelével na história recente do país por sua atuação como professora, economista e polemista ardorosa. Conceição, que sempre destacou dois pensadores brasileiros como fundamentais na sua formação – Celso Furtado e Inácio Rangel, recebe agora homenagem do Centro com a edição de ensaios de amigos, ex-alunos e ex-colegas na Unicamp e na UFRJ sobre temas que ela trabalhou ao longo da vida.
O livro inclui ensaios de Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo e Júlio Gomes de Almeida, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Carlos Aguiar de Medeiros, Ernani Teixeira Torres Filho, Wilson Cano, e depoimentos de Aloízio Mercadante e Gerson Gomes, Fernando Nogueira da Costa, Hildete Pereira de Melo, além de documentos pouco conhecidos da professora Maria da Conceição Tavares, indicados pelo professor Ernani Torres: duas transcrições de debates de 1973 e 1977 no BNDES, com Saburo Okita e Hans Singer respectivamente. Consta do livro ainda um artigo originalmente publicado em “Cadernos de Opinião” de agosto-setembro de 1979: “O sistema financeiro brasileiro e o ciclo de expansão recente”.
O resultado é uma obra que discute desenvolvimento econômico e crise, retomando, em alto nível, a discussão da teoria econômica, da economia do desenvolvimento, dos problemas do Brasil e da dimensão internacional, questões às quais a professora devotou esforços inovadores.
Já em Ensaios sobre Cultura e o Ministério da Cultura, Rosa Freire d’Aguiar Furtado, diretora da coleção Arquivos Celso Furtado, reuniu textos de Celso, quase todos inéditos, escritos principalmente nos anos em que ele esteve à frente do Ministério da Cultura (1986-88) e desde que tomou posse na Academia Brasileira de Letras, em 1997. Há também as contribuições de Celso Furtado para a Comissão Mundial de Cultura e Desenvolvimento (1993-95), iniciativa da ONU e da UNESCO, e da qual ele foi o único representante brasileiro.
O volume traz ainda dois artigos de colaboradores de Furtado — Angelo Oswaldo de Araujo Santos e Fábio Magalhães — e duas longas entrevistas do autor sobre temas culturais.
Como destaca o editor César Benjamin, “o líder intelectual do desenvolvimentismo, o visionário da industrialização, o criador da Sudene, o ministro do Planejamento, o economista de prestígio internacional todos conhecem. O humanista e homem de cultura, profundamente brasileiro e cidadão do mundo, se desvela plenamente neste quinto volume dos Arquivos, Ensaios sobre Cultura”.