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Deepak Nayyar aponta perspectivas otimistas para o futuro do desenvolvimento


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IAA Comunicação, 15 de agosto de 2012

O economista indiano Deepak Nayyar abriu nesta quarta-feira o ciclo de palestras do  1º Congresso Internacional do Centro Celso Furtado, que segue até sexta-feira, dia 17, no Centro de Estudos do BNDES. O conferencista analisou a evolução dos países em desenvolvimento desde o início do segundo milênio e apontou algumas características determinantes para o quadro atual: “A educação e o empreendedorismo foram fatores importantes para o crescimento dos países asiáticos, mas também em um grande número de países o crescimento não levou ao desenvolvimento. Estamos vivendo a crise mais profunda desde a década de 30, mas este não é o final da história. Ainda haverá uma economia mundial com muitas oportunidades, e o passado pode nos mostrar o caminho para o futuro”.

O primeiro dia de evento reuniu cerca de 350 participantes, entre economistas e profissionais de diversas áreas ligadas ao desenvolvimento e estudantes que debateram as mudanças no desenvolvimento durante as últimas décadas e as questões que acercam o futuro da economia.

Da mesa de abertura participaram o vice-presidente do BNDES, João Carlos Ferraz, a presidente do Conselho Deliberativo do Centro Celso Furtado, Tania Bacelar e o diretor-presidente da entidade, Marcos Formiga.

Ferraz destacou conceitos essenciais deixados por Celso Furtado, questionou as transformações do mundo de hoje e de que maneira vão impactar os próximos anos. “O Congresso está organizado a partir do processo multidimensional como o Celso nos ensinou, nos permitindo pensar o desenvolvimento como o acesso efetivo ao conjunto dos direitos humanos. E este será o momento de repensar a economia diante dessa crise que ainda vai durar”, disse.

Tania Bacelar destacou a visão crítica de Celso Furtado e suas propostas progressistas. “O Celso não foi só um pensador, ele foi um homem do mundo e nos deixou muitas heranças, além de mudar nosso próprio jeito de pensar tudo isso. Este congresso é instigante pelo contexto mundial atual que está cheio de incertezas e possibilidades. O Brasil mudou para melhor, mas o projeto do século XXI ainda não está claro e consolidado. Tentaremos aqui descobrir que Brasil é possível fazer e o que queremos construir”, completou a professora. Formiga completou: “O trabalho em equipe é um caminho para superar e acelerar o desenvolvimento. A sociedade vive o melhor período histórico dos últimos cinco séculos e está na infância a terceira revolução mundial, que tem o conhecimento como chave para o desenvolvimento social. Há razões de sobra para acreditarmos na paz duradoura”, encerrou.

O primeiro dia contou com outras quatro mesas de debates, que reuniram, entre outros o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, Carlos Antônio Brandão (UFRRJ), Arturo Guillen (UAM – México), Gerardo Caetano (Cefir/ Mercosul e Udelar) e Ricardo Ismael (Puc –Rio). Uma das palestras teve a apresentação do professor da FGV – SP, Luiz Carlos Bresser- Pereira, que abordou o novo desenvolvimentismo e a macroeconomia estruturalista do desenvolvimento: “No governo FHC, quando se teve acesso à poupança externa pela baixa da inflação, a esperança era que todos começassem a investir no Brasil e com isso viria o crescimento”. Afirmou, no entanto, que outros fatores são decisivos: “A taxa de investimento, além de ser determinada pelas oportunidades de investimento lucrativo (que dependem da demanda), depende, também, da capacidade gerencial do Estado de planejar e de sua capacidade fiscal de investir em setores complementares e estratégicos”.






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