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Diretoria | Eleições 2021


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Carta de Intenções / Proposta de Trabalho

 

A todos e todas que compõem o Centro Celso Furtado,

O Centro Celso Furtado vive,como todo o país,um momento de intensa incerteza. A fragilização das instituições brasileiras em consequência da turbulência política dos últimos anos e a implantação de uma agenda socioeconômica radicalmente excludente, colocam em xeque não só a coesão do tecido social como as perspectivas de construção nacional.

Defensor de uma agenda de desenvolvimento social, econômico e político da natureza inclusiva, nacional e pautada pela sustentabilidade o Centro Celso Furtado foi atingido de forma brutal pelo vendaval conservador, vendo minguar o apoio físico e retirada das parcerias institucionais que auxiliavam parte importante dasatividades da instituição.

No entanto, resistimos. O Centro Celso Furtado, através de sua ampla e expressiva rede de sócios e da participação no debate público nacional, precisa, a exemplo das iniciativas de outras forças vivas do país, reorganizar-se, fortalecer-se para a retomada do projeto de desenvolvimento nacional democrático. Essa resistência e persistência são, ademais, a marca registrada do nosso patrono que mesmo diante das dificuldades impostas pela conjuntura política nunca parou de pensar o Brasil. Furtado agiu, em distintos momentos e contextos em busca de uma perspectiva de um país mais próspero e justo, nunca se omitindo da luta pelo reestabelecimento de amplas liberdades democráticas e pelo avanço das reformas que pudessem levar à concretização de sua visão para o país.

Assim, honrando a memória do nosso patrono e os muitos anos de construção institucional do Centro Celso Furtado, ao qual se dedicaram com tanto afinco sócios, amigos e colaboradores, torna- se imperativo enfrentar os enormes desafios do presente e pensar o futuro, colocando-nos ao lado daqueles que lutam pela superação da lamentável regressão civilizacional que estamos vivendo, como país, há alguns anos. O Centro Celso Furtado precisa manter-se vivo, precisa crescer e precisa estar revitalizado para atuar e disputar a ideia de desenvolvimento, a recuperação da higidez democrática e pensar a nação para as futuras gerações.

É neste sentido que nos apresentamos aos associados do Centro como chapa concorrente à eleição para gestão do CICEF no período 2021-2024. Nos move o objetivo de manter as atividades do Centro e o patrimônio intelectual e político alcançado nos 17 anos de sua existência, bem como sinalizar para uma atuação futura que coloque a instituição como um ator relevante na renovação do pensamento progressista brasileiro. Esse não é um sonho e sim uma possibilidade concreta. O Centro tem no seu corpo de associados uma parcela expressiva dos acadêmicos identificados com uma visão da sociedade e da economia que se contrapõe àquela que se afirmou como opressivamente dominante em anos recentes.

Propomos para a atuação no período dois objetivos centrais: o primeiro, de preservar uma instituição que através de sua história se consolidou como uma referência dentro do universo progressista do Brasil, e o segundo, de reforçar sua atuação no debate público nacional.

Como pontos específicos de ação pretendemos:

1. Preservar os vários patrimônios vinculados ao CICEF:

- nosso site;

- a atual rede de sócios, pensando ainda em sua ampliação, integrando novos pesquisadores e personalidades ligadas à agenda sociopolítica do Centro;

- o acervo de publicações acumuladas ao longo dos anos de atuação; o acervo documental e memorialístico das atividades do CICEF;

- o estímulo à continuidade e fortalecimento da Revista Cadernos do Desenvolvimento.

2. Ocupar um espaço de defesa do desenvolvimento e da democracia no debate brasileiro atual através:

- da admissão de novos sócios individuais (estimular ingresso de novas gerações de pesquisadores na comunidade do CICEF);

- do estímulo e consolidação da presença do CICEF junto à comunidade acadêmica brasileira. Nesse sentido pretendemos estreitar laços com grupos de pesquisa universitários, com as associações com orientações convergentes com a do Centro para a produção de seminários técnicos- temáticos e que resultem em documentos de análise, policy briefings, etc...;

3. Estimular a internacionalização do Centro, ampliando o diálogo e a reflexão crítica sobre as múltiplas dimensões da crise mundial atual. Apesar dos problemas brasileiros serem particularmente críticos vive-se no mundo de hoje a maré vazante da hegemonia neoliberal e o surgimento de novos polos geoeconômicos e geopolíticos que desafiam a ordem mundial unipolar estabelecida desde os anos 1990. Se por um lado há sérias turbulências decorrentes das limitações do modelo neoliberal, por outro, abre-se um horizonte de estímulo para o debate das   perspectivas de mudanças urgentes e inadiáveis. Tais debates devem envolver as redes pessoais de pesquisadores ligados ao CICEF servindo de elemento central para que acabem se transformando em alianças institucionalmente mais perenes. Vale lembrar que através de seminários internacionais e publicações o Centro já tem sua reputação internacional fortemente consolidada, logo esse é um movimento natural o qual, inclusive, pode render frutos maiores no futuro em termos de acordos de fomento à pesquisa.

4. Promover a participação do CICEF no debate sobre temas críticos, tais como: a qualificação da discussão sobre o desenvolvimento econômico, sobre políticas públicas para inclusão e sustentabilidade e sobre as formas de avançar uma ordem verdadeiramente democrática. Trata-se de inserir e conectar a instituição e seus membros nas arenas de discussão já existentes ou da criação de espaços novos para realização desse debate (cursos, eventos, textos e Grupos de Discussão, etc.). Estas arenas e diálogos deverão ocorrer através da integração transdisciplinar, transgeracional, federativa e integradora dos múltiplos espaços da discussão pública (academia, movimentos sociais, burocracia pública, atores empresariais, sindicatos e atores políticos). Mais uma vez, a diversidade e qualificação do corpo de associados e suas redes institucionais e acadêmicas colocam o Centro numa posição privilegiada para que tal tarefa seja levada a cabo com êxito.

5. Pensar fora da caixa, utilizando mecanismos criativos de autofinanciamentoatravés da contribuição de sócios; parcerias e patrocínios pontuais para eventos.

Para além dessas metas, enumeramos algumas iniciativas específicas, pensadas pari passu ao realismo e prudência das balizas fixadas pelas limitações financeiras do CICEF:

- realização do 5º Congresso Internacional do Centro Celso Furtado, previsto para o 1o semestre de 2022.

- manutenção da edição dos Cadernos de Desenvolvimento;

- renovação da estratégia de inserção o nas redes sociais com uma participação mais coordenada e consistente nos principais canais de comunicação.

Essas são as linhas gerais, estratégias de atuação e medidas específicas que propomos aos associados visando a eleição para renovação da diretoria que se avizinha.

Sua realização depende fundamentalmente do engajamento dos associados. O CICEF carrega o nome e a missão defendida por um extraordinário intelectual público. Temos um patrimônio que precisa ser preservado contra a asfixia material que nos ameaça e que deve ser mobilizado para revitalização institucional e para o cumprimento de nossa tarefa de ajudar o país a virar uma página tão sofrida de sua história. Convidamos todos os sócios e sócias do Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento para se engajarem nessa missão.

Brasil, 12 de setembro de 2021.

Carlos Pinkusfeld Monteiro Bastos – Diretor-Presidente
Andre Tosi Furtado - Diretor
Angela Nascimento - Diretora
Vera Alves Cepêda - Diretora
Wilson Vieira - Diretor

 

Perfil:

 

Mestre em Economia Industrial pelo Instituto de Economia da UFRJ. PhD em Economia pela New School for Social Research, Nova York. Professor Associado do IE/UFRJ, onde coordena o Grupo de Economia do Setor Público (GESP). Membro também, como pesquisador, do Grupo de Economia Política. Foi Professor da Faculdade de Economia da UFF, economista da ANBID (atual ANBIMA), consultor junto ao IBGE para a realização da PINTEC e Diretor do Centro Celso Furtado tendo organizado, nesta instituição, uma série de atividades (seminários e congressos) nacionais e internacionais além de ministrado cursos de formação na sede do Centro, no Rio de Janeiro, e por todo Brasil, em parceria com o IPEA.

 

Fez a graduação, mestrado e doutorado em Ciências Econômicas pela Universidade de Paris I. Concluiu o doutorado em 1983. Foi pesquisador da CLAN sob a direção de Rômulo Almeida em 1978. Foi pesquisador do CEBRAP de 1981 a 1985. Ingressou na Unicamp em 1985. Atualmente é Professor Titular do Departamento de Política Científica e Tecnológica do Instituto de Geociências da Unicamp. É sócio do Centro Celso Furtado desde a sua fundação. Foi membro do Conselho Fiscal e membro do Conselho Diretivo do CICEF na última gestão. Atua na área de estudos da inovação, com ênfase em energia, indicadores e políticas de inovação.

 

Mestra em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Pernambuco, Especialista em Educação Profissional pelo Instituto Tecnológico de Pernambuco, Especialista em Arquivos pelo Ministério da Cultura da Espanha, Graduada em História pela Universidade de Pernambuco. Foi coordenadora do Projeto de Preservação e Disponibilização do acervo do Conselho Deliberativo da Sudene.

 

Graduada em Ciências Sociais, Mestre e Doutora em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. Realizou estágio de pós-doutorado em Ciência Política pelo IESP/UERJ. É professora do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) na graduação, no Programa de Pós-graduação em Ciência Política (PPGPol) e no Programa de Pós-graduação em Sociologia (PPGS). Desenvolve pesquisas no campo do pensamento político e social brasileiro, em especial nos temas das interpretações sobre o Brasil, na atuação de instituições, intelectuais e teorias ligados ao problema do desenvolvimento, da democracia e das capacidades e ação do Estado em contexto periférico. Pesquisa também o processo de construção e os resultados de políticas públicas para inclusão social e equidade em período recente. Foi secretária da Associação Brasileira de Ciência Política – Sudeste, é membro do Conselho Deliberativo do Instituto de Estudos Avançados e Estratégicos da UFSCar, é membro atual do Conselho Deliberativo do CICEF (gestão que se encerra). Coordena o Núcleo de Teoria e Pensamento Político do CEDEC.

 

Economista pela Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF), em 1996; Mestre em História Econômica pelo Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (IE-Unicamp), em 2000; e, Doutor em Sociologia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (IFCH-Unicamp) em 2010. Foi pesquisador colaborador e realizou pós-doutorado no Departamento de Sociologia do IFCH-Unicamp entre 2010 e 2012. Foi professor da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) entre novembro de 2012 e agosto de 2014. Atualmente é Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Possui trabalhos e desenvolve pesquisas nas áreas de história econômica, economia brasileira, pensamento econômico e social brasileiro e latino-americano (especialmente nos temas nação e relação entre desenvolvimento e subdesenvolvimento). Membro do Conselho Fiscal do Centro Celso Furtado (encerrando o segundo mandato).

 






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