A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) promoveu no último dia 15 de maio um seminário em homenagem a dois grandes pensadores do desenvolvimento do Brasil: Ignácio Rangel e Rômulo Almeida.

Realizado no Auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, o evento contou com uma audiência seleta, reuniu, na abertura: o secretário de Planejamento da Bahia, Sérgio Gabrielli, que representou o governador Jacques Wagner; o senador Inácio Arruda, representando o presidente do Senado, Renan Calheiro; a assessora especial do BNDES, Helena Lastres, representando o presidente Luciano Coutinho; a secretária Nacional de Desenvolvimento Regional, Adriana Melo Alves, representando o ministro da Integração, Francisco Teixeira, o presidente do Instituto Rômulo Almeida de Altos Estudos, professor Aristeu Almeida, o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, Carlos Gilberto Cavalcante Farias; e o superintendente da Sudene, Marcos Robalinho.

“A posteridade de Ignácio Rangel e Rômulo Almeida é a razão principal pela qual estamos aqui reunidos e, nas palestras de estudiosos, que muito nos honram com sua participação, constataremos o quanto as contribuições destes dois pensadores, ora homenageados são atuais”, afirmou Robalinho.

A primeira mesa do seminário, em homenagem a Ignácio Rangel, foi coordenada por Dulce Pandolfi, diretora do Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, e teve três palestras com características distintas, proferidas por Fernando Pedrão, Ricardo Bielschowsky e o senador Inácio Arruda.

Fernando Pedrão, Dulce Pandolfi, Inácio Arruda e Ricardo Bielschowsky

Antes do início da mesa da tarde, os presentes foram brindados com um trecho da gravação da 84ª Reunião do Conselho Deliberativo da Sudene, no dia 23 de junho e 1967, em que Rômulo Almeida representando o Ministro da Indústria e do Comércio defendia que o programa da Sudene fosse baseado em estudos técnicos, para não parecer um programa de advocacia da política regional e que deixasse claro que as aplicações no Nordeste contribuem para “um desenvolvimento não só mais equilibrado regionalmente, mas também um desenvolvimento mais estruturado e mais vigoroso de toda a economia nacional”.

Fernando Pedrão e Dulce Pandolfi

A mesa em torno de Rômulo Almeida foi coordenada por Aristeu Almeida, irmão de Rômulo e presidente do Instituto Rômulo Almeida de Altos Estudos, e contou com a participação de Helena Lastres e José Eduardo Pessoa de Andrade, representantes do BNDES; Fernando Alcoforado; e Marcos Costa Lima, da UFPE, que trouxe informações relevantes a partir de dados históricos de Rômulo Almeida, presentes no livro Os Boêmios Cívicos – A Assessoria Econômico-Política de Vargas (1951-54), coordenado por Lima e editado pelo Centro Celso Furtado.

Marcos Costa Lima

O seminário foi encerrado com a palestra de Waldir Pires, ex-governador da Bahia, ex-ministro da Defesa do Brasil e da Previdência, atualmente vereador de Salvador, que emocionou a todos ao rememorar momentos em que ele e Rômulo Almeida participaram, conjuntamente, da Câmara Estadual da Bahia, e dos momentos que antecederam o golpe de 1964.

A senadora Lídice da Mata fez questão de dar seu depoimento relembrando sua participação no movimento estudantil e da importância de Rômulo para a luta democrática na Bahia.

O superintendente da Sudene, Marco Robalinho, encerrou o seminário com um agradecimento especial a Waldir Pires, a quem chamou de “figura política exemplar”, registrando que eventos como o seminário em questão ressaltam a importância de se repensar o planejamento regional, bandeira levantada pelos homenageados Rômulo Almeida e Ignácio Rangel há décadas.