Rosa Freire d’Aguiar
Rio de Janeiro, junho de 2013
Ainda vivo, Celso Furtado costumava receber, por correio e mais tarde por email, artigos de professores do Brasil e do exterior que lhe submetiam trabalhos próprios, de alunos ou de outros pesquisadores a respeito de livros seus. Alguns interlocutores lhe pediam uma leitura atenta e comentários; outros solicitavam esclarecimentos sobre este ou aquele ponto, sobre uma interpretação que faziam de um aspecto de sua obra; outros, enfim, apenas enviavam o texto, com um agradecimento formal. Celso lia esses trabalhos e respondia a todos os seus autores. Essa é, sem dúvida, uma das alegrias do professor. No caso dele mais ainda, já que por mais de vinte anos ensinou em universidades na Europa e nos Estados Unidos mas, por circunstâncias do longo exílio político, nunca teve a oportunidade de lecionar (com exceção de um semestre na PUC de São Paulo) numa universidade brasileira. Ter, assim, o reconhecimento de tantos estudantes e pesquisadores de seu próprio país era, para ele, imensa satisfação.
Nos meses que se seguiram ao seu falecimento, em 20 de novembro de 2004, a leva de artigos que recebi sobre Celso intensificou-se, sem dúvida motivada pela comoção do momento e pelas homenagens que sua morte suscitou junto a inúmeras publicações acadêmicas, em especial no Brasil e na América Latina, mas também em países da Europa como França e Inglaterra. Desde então, vem se mantendo um fluxo regular de trabalhos sobre sua obra, que por diversos canais me são enviados. O Centro Celso Furtado já congrega em seu “Banco de Teses sobre Celso Furtado” perto de 40 teses e dissertações, quase todas disponíveis on line, e todas em versão impressa, na sede da Biblioteca Celso Furtado. Muitos livros e coletâneas sobre Celso também já foram publicados desde sua morte, todos estando no Catálogo On line da BCF. Faltavam, para auxiliar os estudiosos e interessados em sua vida e obra, os artigos que continuam a ser produzidos e que, conquanto se encontrem dispersos em vários sites na internet, agora aqui estão disponíveis num conjunto sistematizado graças ao trabalho de Aline Balué, bibliotecária do Centro Celso Furtado, que os catalogou com suas devidas referências e seus descritores. Os direitos autorais desses artigos, disponíveis na rede, pertencem a seus autores, a quem agradecemos.
Este primeiro conjunto que disponibilizamos se compõe de mais de 200 textos, num total de 4000 mil páginas impressas e 7 volumes encadernados disponíveis na BCF. Os temas sobre os quais eles versam vão desde os que conformam o pensamento teórico de Celso e sua atuação pública, como a economia do desenvolvimento, o planejamento, a questão regional e o Nordeste, o estruturalismo e a teoria do subdesenvolvimento, a globalização e as transnacionais, até uma temática menos explorada de sua vasta obra de cerca de 30 títulos traduzidos numa dúzia de línguas, e que vem sendo descoberta em suas ricas vertentes pluridisciplinares, como a cultura, a ciência e tecnologia, a inovação, o federalismo. Vale ressaltar os artigos mais recentes em que pesquisadores e estudiosos se detêm em paralelos e comparações entre Celso Furtado e autores tão diversos como Milton Santos, Antonio Gramsci, Karl Mannheim, e Zygmunt Bauman.
Que este Banco de Artigos cumpra sua função de fortuna crítica que nos motivou a criá-lo.
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A lista de artigos em pdf pode ser consultada aqui.