Foto: Centro Celso Furtado
Foi com grande pesar que o Conselho Deliberativo e a Diretoria do Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento receberam a notícia do falecimento do associado, professor Fernando José Cardim de Carvalho, na madrugada de hoje, 16 de maio de 2018, em Lisboa.
Fernando Cardim era formado em economia pela Universidade de São Paulo (1975), mestre em Ciência Econômica pela Universidade Estadual de Campinas (1978) e doutor em Economia pela State University of New Jersey (1986). Era professor emérito de Economia do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Consultor de várias instituições, entre as quais Banco Central do Brasil, BNDES, FINEP, Anbima, iBASE, Action Aid USA, United Nations - CEPAL, United Nations - DESA. Editor Associado do Journal of Post Keynesian Economics e patrono da Associação Keynesiana Brasileira (AKB).
Leia a nota da AKB:
A AKB vem a público expressar seu profundo pesar pelo falecimento do Prof. Fernando José Cardim de Carvalho, ocorrido nesta madrugada, em Lisboa. Idealizador, fundador e patrono da AKB, o Prof. Cardim de Carvalho foi o maior responsável pela divulgação da obra de Keynes no Brasil e um dos mais importantes pós-keynesianos do mundo. Seu livro,Mr. Keynes and the Post Keynesians,de 1992, tornou-se um marco, ao consolidar o paradigma teórico da escola pós-keynesiana no mundo. Prof. Cardim de Carvalho formou-se em economia pela USP em 1975, fez mestrado na Unicamp (1978) e doutorou-se pela Rutgers – State University of New Jersey, nos Estados Unidos, em 1986. Foi Professor da Universidade Cândido Mendes, da Universidade Federal Fluminense, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, da qual é professor emérito, e também do Levy Institute of Economics, instituições nas quais formou, orientou e aconselhou toda uma geração de pesquisadores e professores brasileiros e estrangeiros em temas keynesianos. Além de ser um professor e pesquisador de renome internacional, Prof. Cardim de Carvalho destacou-se sempre pela sua extrema generosidade, solidariedade e presteza, qualidades de sua incrível humanidade. A AKB tece suas condolências à família do Prof. Cardim de Carvalho e dá seu adeus ao maior keynesiano brasileiro de todos os tempos.
Livros e artigos de Fernando Cardim disponíveis na Biblioteca Celso Furtado:
CARVALHO, Fernando José Cardim de. Desenvolvimento e inserção internacional. In: SOUZA, Pedro de (Org.) Brasil, sociedade em movimento. São Paulo: Paz e Terra : Centro Internacional Celso Furtado, 2015.
CARVALHO, Fernando J. Cardim de; SABOIA, João (Orgs.). Celso Furtado e o século XXI. Rio de Janeiro: Minha Editora: Instituto de Economia. UFRJ; São Paulo : Manole, 2007.
_______. Mosaico das políticas neoliberais brasileiras. Democracia Viva. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas, v.32, 2006.
_______. A Alca e o Brasil: mais riscos que oportunidades. Revista de Economia Mackenzie. São Paulo: Editora Mackenzie, v.2, n.2, 2004.
_______. Bretton Woods aos 60 Anos. Novos Estudos CEBRAP. São Paulo: Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, v.70, 2004.
_______. Réplica a “Miséria da crítica heterodoxa”. Revista de Economia Contemporânea. Rio de Janeiro: UFRJ, Instituto de Economia, v.2, n.4, 1998.
_______. The corridor hypothesis and inflationary regimes. Revista de Economia Contemporânea. Rio de Janeiro: UFRJ, Instituto de Economia, v.1, n.1, 1997.
_______. A independência do banco central e a disciplina monetária: observações céticas. Revista de Economia Política. São Paulo: Brasiliense, v.15, n.4, 1995.
_______. Reforma monetária, indexação generalizada e o plano de estabilização. Revista de Economia Política. São Paulo: Brasiliense, v.14, n.2, 1994.
_______. Sobre a endógena da oferta de moeda: réplica ao professor Nogueira da Costa. Revista de Economia Política. São Paulo: Brasiliense, v.13, n.3, 1993.
_______. Distribuição de renda, demanda efetiva e acumulação. Revista de Economia Política. São Paulo: Brasiliense, v.11, n.3, 1991.
_______. Alta inflação e hiperinflação: uma visão pós-keynesiana. Revista de Economia Política. São Paulo: Brasiliense, v.10, n.4, 1990.
_______. A teoria monetária de Marx: uma interpretação pós-keynesiana. Revista de Economia Política. São Paulo: Brasiliense, v.6, n.4, 1986.