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Rio de Janeiro, setembro de 2010, ano 4, nº 4
388 páginas
ISSN: 1981-7789
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Esta edição da publicação Memórias do Desenvolvimento traz os relatórios da pesquisa O papel do BNDE na industrialização do Brasil – Os anos dourados do desenvolvimentismo, 1952-1980, que foi coordenada pela professora Maria da Conceição Tavares entre 2007 e 2010.
Sumário
- 2. O Plano de Metas e o papel do BNDE
- Contexto político e o desenvolvimento: 1956-1960
- As metas
- As fontes de financiamento das metas
- Fontes de recursos internos
- Fontes de recursos externos
- O papel do BNDE na execução das metas
- A questão regional
- Algumas reflexões sobre o desenvolvimento nos anos 1950
Refazer a trajetória do desenvolvimento brasileiro por meio da atuação do BNDE, principal agência oficial de coordenação dos investimentos públicos e principal executor das políticas traçadas pelos desenvolvimentistas dos anos 1950 até o início dos anos 1980, implicou complexo trabalho de investigação. A equipe da pesquisa O papel do BNDE na industrialização do Brasil — Os anos dourados do desenvolvimentismo, 1952-1980, desenvolvida pelo Centro Celso Furtado, procurou decifrar relatórios, planos econômicos, documentos primários e secundários. Entretanto, tão importante quanto analisar dados financeiros e contábeis, planos governamentais, estratégias e diretrizes, foi ouvir aqueles que diretamente participaram do desenvolvimento brasileiro nesse período.
A história oral tem o mérito de mostrar aos pesquisadores caminhos inusitados, pois trilhados por personagens de uma época. Eles ajudam a elucidar o que não foi escrito, o que não se encontra em relatórios e nem pode ser comprovado por documentos. Foi com esse intuito que a coordenadora geral da pesquisa, professora Maria da Conceição Tavares, durante o segundo semestre de 2007 teve conversas informais com ex-dirigentes do BNDES e pensadores do desenvolvimento brasileiro, obtendo pistas para refazer os acontecimentos desse período.
Nesta edição, publicam-se o relatório da pesquisa, rico em informações e dados, e parte das conversas, marcadas pela informalidade, com Alberto Abade, Luciano Martins, Marcos Vianna, Sebastião Soares e Saturnino Braga. Com a acuidade crítica e a franqueza que lhe são características, Conceição Tavares procura desvendar como o poder se articulou em torno do Banco para a montagem do setor de infraestrutura, numa primeira fase; para a implantação e ampliação de setores e indústrias estratégicas para o desenvolvimento; e, finalmente, como o Banco se atualizou e criou novas estruturas para atender à complexidade da economia de um País que pretendia alcançar o status de potência. Além de informarem ao leitor sobre uma época, esses diálogos vivos e críticos deixam no ar os caminhos e descaminhos de uma nação em formação.