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Celso Furtado
Anos de formação 1938-1948
Rio de Janeiro: Centro Celso Furtado / Contraponto, 2014
404 páginas
ISBN: 9788578661038
Organização de Rosa Freire d'Aguiar
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Sumário
I N T R O D U Ç Ã O
Anos de formação
Rosa Freire d’Aguiar
D O C U M E N T O S D E C E L S O F U R TA D O
Recife. 1938
Liberalismo econômico
Correspondência
Rio de Janeiro. 1941-1946
JORNALISMO
Marcos Barbosa e o primeiro índio que voou
A intranquilidade japonesa
As três fases do pan-americanismo
Os inimigos de Chopin
A Semana Santa em Ouro Preto
Onde fundeou Cabral a sua armada?
Uma paródia original
A morte trágica do jangadeiro
Onde a voz do povo não é a voz de Deus
Europa e América
As Garças
Lord Clive, o conquistador da Índia
Nós e Buck Jones
O mundo em guerra
No Rio um “Salon des refusés”
A César o que é de César
ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO
A estrutura da Comissão do Serviço Civil dos EUA
Notas sobre a administração de pessoal no governo federal americano
Planificação e orçamento
Teoria da estrutura em organização
Organização do município moderno
Teoria do Departamento de Administração Geral
A elaboração do orçamento
CIÊNCIA POLÍTICA
A Carta de 1937
A feição funcional da democracia moderna
Planificação social
Trajetória da democracia na América
A Guerra. 1945-1946
Notas de um diário
A apresentação
Na Vila Militar
A chegada a Nápoles
O tenente na Paraíba
Correspondência
Os ares do mundo europeu. 1947-1948
De Realidad a Chemins du Monde
A luta contra a máquina
Idolatria e irracionalismo
I Festival Mundial da Juventude Democrática
O fascismo como ideologia
Na Iugoslávia
A opinião pública inglesa
O bate-boca do Hyde Park
Omladinska Pruga
Na Iugoslávia. A Brigada Internacional do Trabalho
A crise econômica inglesa
França. Evolução da política financeira
Os acordos de Genebra e a política de licença prévia
Tournant decisivo na França
Correspondência
R E S E N H A S
João Luso: De Nápoles a Paris. Contos da vida expedicionária
“O Malho”: De Nápoles a Paris
“Jornal das Moças”: De Nápoles a Paris
Eloy Pontes: De Nápoles a Paris
Aires da Matta Machado: Literatura expedicionária
R E L AT Ó R I O S C O N F I D E N C I A I S
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Orelha:
Jean-Paul Sartre dizia que os anos de formação são aqueles em que começamos a pensar por nós mesmos, em que definimos o que fazer com o que fizeram de nós. Para Celso Furtado, os anos que vão de 1938, fim dos estudos secundários, a 1948, quando conclui o doutorado de economia em Paris, são centrais. Dos 18 aos 28 anos, ele percorreu pistas diversas.
Recém-chegado da Paraíba em 1940, foi jornalista na capital da República. Ensaiou a crítica musical, como mais tarde arriscaria a literatura. Cursou a faculdade de direito, e aos 22 anos acrescentou à tradição jurídica familiar o estudo da administração pública, ao entrar para o Departamento de Administração do Serviço Público (DASP). Aí escreveu seus primeiros trabalhos teóricos, sobre administração e organização.
Mas o Brasil acabava de declarar guerra ao Eixo. O jovem Celso foi convocado, embarcando para a Itália na Força Expedicionária. Esse primeiro contato com a Europa lhe abriria definitivamente os olhos e o interesse pelo mundo. A volta ao Brasil em meados de 1945 foi quase uma retirada estratégica para preparar nova temporada na Europa, dessa vez em Paris, onde explorou duas novas disciplinas acadêmicas: a ciência política, que estudou na famosa escola Sciences Po, e a economia, na Sorbonne, em que defendeu em 1948 a tese de doutorado sobre a economia colonial brasileira. Meses depois embarcava para a recém-criada Cepal, no Chile, onde se tornaria o economista Celso Furtado.
Rosa Freire dAguiar explica em sua apresentação de Anos de formação que, depois de ter organizado os cinco volumes da coleção "Arquivos Celso Furtado", considerou pertinente, neste ano em que se completa uma década do falecimento de Celso Furtado, divulgar trabalhos inéditos de sua juventude, capazes de enriquecer as pesquisas que vêm sendo feitas a seu respeito por estudiosos não só de economia como de ciência política, relações internacionais e cultura.
Aqui ela reuniu, entre outros documentos, todas as reportagens do jovem jornalista, tanto no Rio de Janeiro como as enviadas da França, Inglaterra, Tchecoslováquia e Iugoslávia; os primeiros trabalhos sobre administração pública, planejamento e ciência política; o diário de guerra; os manuscritos que dão conta do ambiente intelectual europeu no após-guerra. Um destaque especial merecem as cartas de Celso Furtado, nas quais perpassam descobertas, paixões e amizades de seus anos de formação.