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Este livro é produto do Ciclo de Conferências sobre o Pensamento de Celso Furtado e o Nordeste hoje realizado pelo Centro Celso Furtado, em 2008, em três capitais nordestinas – Recife, João Pessoa e Fortaleza. A publicação faz parte do convênio inaugural entre o Centro Celso Furtado e o Banco do Nordeste do Brasil, e foi editada em parceria com a Editora Contraponto.
Orelha
No fim da década de 1950, durante o mandato presidencial de Juscelino Kubitschek, Celso Furtado liderou a Operação Nordeste, que produziu uma renovação de conhecimentos e práticas e levou à criação da Sudene, um marco em políticas de desenvolvimento no Brasil. O Estado desenvolvimentista começava a prestar atenção à nova questão regional, criada pelo surto de industrialização até então concentrado no Sudeste do país. Aumentava rapidamente o atraso relativo das demais regiões.
Em 50 anos, a partir do impulso da Sudene, o Nordeste se modernizou, mas a desigualdade social permanece elevada e os índices de desenvolvimento humano continuam abaixo das médias nacionais. Em 2008, o Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento organizou um ciclo de palestras sobre o pensamento de seu patrono e a questão regional, não para falar do passado, mas para, a partir dele, pensar o futuro. No Recife, com a colaboração da Fundação Joaquim Nabuco, em João Pessoa, com o apoio da Universidade Federal da Paraíba e da Secretaria de Planejamento, e em Fortaleza, em parceria com o Banco do Nordeste do Brasil, especialistas reviram questões antigas, repensaram trajetórias e abordaram os temas de hoje, em 10 intervenções divididas em três grandes temáticas: política regional, o pensamento de Celso Furtado e novos caminhos.
O resultado está neste livro. As abordagens são diferentes e complementares. Em todas está presente o espírito de um texto do próprio Furtado, escrito em 1984 e usado aqui como Introdução: “Na medida em que no Nordeste se constitua uma vontade política e que amadureça a consciência de que nossos problemas somente terão solução a partir da própria região, deixaremos de ser vistos com complacência, como dependentes incômodos ou como reserva de caça para aventureiros políticos. Então, recuperaremos o papel que já nos coube na condução dos destinos nacionais. E não será por falta de fé no futuro deste País que nós, nordestinos, deixaremos de cumprir a nossa missão na obra histórica de reconstrução que temos pela frente.” (CÉSAR BENJAMIN)