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A edição número 31 da revista Cadernos do Desenvolvimento (janeiro-abril de 2022), composta de seis artigos, traz uma rica variedade de reflexões a partir do pensamento de Celso Furtado e sobre os temas do desenvolvimento, da política econômica brasileira recente e da teoria econômica.
Sobre os artigos que buscam desenvolver suas reflexões sobre e sob a ótica de Celso Furtado, observamos em Entre o localismo e o enfoque territorial do desenvolvimento: reflexões sob a ótica de Celso Furtado, de Vinicius Rodrigues Vieira Fernandes e Clesio Marcelino de Jesus, uma análise sobre os limites da abordagem localista e as possibilidades de enfoque territorial nos processos de desenvolvimento a partir das contribuições de Celso Furtado. Em Contribuição a uma economia política do crescimento com inclusão social: a Era Lula e os determinantes da relação entre crescimento e mercado de trabalho em Celso Furtado pós-estagnação, de Vinicius Gomes Lobo e Felipe Pateo, busca-se compreender o intenso processo de inclusão social com crescimento econômico ocorrido no período em que Lula governou o Brasil nos seus dois mandatos (2003-2006 e 2007-2010) a partir do resgate de elementos da obra de Celso Furtado, sobretudo em sua fase estagnacionista/pós-estagnacionista. E, em Crítica ao modelo de desenvolvimento do governo militar no Brasil: a produção intelectual de Celso Furtado entre 1981 e 1983, de Guilherme Grandi, é discutida a produção intelectual no período de recessão econômica no Brasil, argumentando-se que se trata de uma síntese da sua crítica ao modelo de desenvolvimento que marcou a economia política do regime militar no Brasil que vigorou de 1964 a 1985.
O tema do desenvolvimento é tratado especificamente no artigo Vinte anos de debate desenvolvimentista no Brasil: atualizando os dados da matriz de insumo produto, de Maria de Lourdes Rollemberg Mollo, Milene Takasago e João Maria Oliveira, o qual retoma o debate desenvolvimentista no Brasil nos últimos vinte anos, atualizando a matriz de insumo-produto brasileira a partir dos últimos dados publicados pelo IBGE, de 2018 da qual são utilizados seus resultados para destacar alguns pontos de discussão do debate desenvolvimentista.
A política econômica brasileira recente é analisada no artigo A política de austeridade e os gastos do governo: impactos sobre o setor de saúde em tempos de pandemia, de Linnit Pessoa e Carmem Feijó, a partir dos impactos de políticas de austeridade sobre a recuperação econômica e o setor de saúde, observados na lenta recuperação da economia brasileira, defendendo, dado o cenário de pandemia, o abandono da agenda de austeridade econômica.
O tema da teoria econômica é tratado no artigo Avaliação crítica da interpretação do mainstream acerca do fim da Era de Ouro do capitalismo ocidental, de Luciano Alencar Barros e Carlos Pinkusfeld Bastos, que expõe e analisa criticamente a interpretação do mainstream sobre o fim da Era de Ouro do capitalismo ocidental, destacando-se a contribuição de Milton Friedman, no contexto de ascensão do movimento liberal.
São estes os textos que compõem a edição e que esperamos sejam úteis ao debate e aos estudos do/sobre o desenvolvimento em suas mais variadas dimensões.
Boa leitura.
Wilson Vieira
Vera Alves Cepêda
Maria Mello de Malta
Os editores