O Conselho Latino Americano de Ciências Sociais (CLACSO) e a Associação Latinoamericana de Sociologia, em um esforço conjunto de edição, publicam o ensaio Contagio viral, contagio económico, do professor e sócio do Centro Celso Furtado, Pierre Salama.
Segundo Salama, a América Latina sofre com uma tendência à estagnação econômica. É uma crise estrutural. A pandemia acentuou profundamente esta crise e com ela as já insustentáveis desigualdades. O futuro não é conhecido nem inevitável. As tendências são previsíveis e dependem tanto de fatores exógenos incontroláveis quanto da evolução das relações de poder geradas pela crise. Pode-se considerar que, para todos os países, a amplitude da crise econômica favorece o desenvolvimento de novas formas de dominação estatal. Porém, se a crise persistir e se desenvolver, com sua procissão de novos pobres que se juntarão aos que já o são, e com o empobrecimento das classes médias, como é provável que aconteça na América Latina, então o Estado aparecerá cada vez mais incapaz de encontrar soluções para minorar seu custo social.
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A edição n. 27 (jul.-dez. 2020) da revista Cadernos do Desenvolvimento publicou tradução dos estudos do professor Pierre Salama que agora saem no livro Contágio viral, contáfio econômio. O artigo de mesmo nome está disponível igualmente online e em acesso aberto, a partir do link abaixo.