Raúl Prebisch (1901-1986) – A construção da América latina e do Terceiro Mundo

<div id="maincontent"> <ul> <li> <div><em><span style="color: #000000;font-size: small">Raúl Prebisch </span><span style="font-size: small">(1901-1986) – A construção da América latina e do Terceiro Mundo</span></em></div> <div><span style="color: #000000;font-size: small">Edgar J. Dosman</span></div> <div><span style="color: #000000;font-size: small">Centro Internacional Celso Furtado / Contraponto Editora</span></div> <div><span style="color: #000000;font-size: small">Rio de Janeiro, 2011</span></div> <div><span style="color: #000000;font-size: small">656 páginas</span></div> <div><span style="color: #000000;font-size: small">ISBN: 9788578660406</span></div> <p>.</p> <p><strong>Orelha:</strong></p> <p>A trajetória de Raúl Prebisch preenche completamente o período histórico que Eric Hobsbawm chamou de “o breve século XX”, desde a chegada a Buenos Aires em 1918, no fim da Primeira Guerra Mundial, até a morte em 1986, no ocaso da Guerra Fria. Nesses 66 anos de intensa atividade ele nunca obteve reconhecimento pleno em seu próprio país, mas se tornou uma referência no mundo.</p> <p> </p> <div>    Foi o latino-americano mais influente na diplomacia internacional de sua época. Sua ação prática está consolidada na Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) e na Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad), órgãos da ONU, e sua obra teórica permanece surpreendentemente atual. Sem ter sido um acadêmico, formou uma nova geração de pensadores latino-americanos.</div> <div></div> <div>    A pesquisa de Edgar J. Dosman sobre sua vida se estende no tempo e no espaço. Combina o retrato de um homem – com suas raízes, seu ambiente, seus sonhos e suas contradições – e a história de um século. Começa na Argentina e dá a volta ao mundo.</div> <div></div> <div>    Antes de completar quarenta anos, Prebisch já havia ocupado alto cargo no Ministério da Fazenda, participado de duras negociações internacionais, atuado na Liga das Nações, criado e dirigido o Banco Central, sempre movido pela ideia de edificar um Estado moderno a serviço de um projeto nacional. Conhecia as fraquezas de seu país: a economia primário-exportadora, o domínio oligárquico, a injustiça social, o atraso institucional. Foi derrotado. Experimentou o ostracismo, enfrentou dificuldades para sobreviver e partiu para um exílio que se mostrou muito longo.</div> <div></div> <div>    Trabalhando na ONU, amadureceu sua visão sobre o sistema internacional e propôs uma interpretação teórica alternativa àquela que era apresentada pelos países desenvolvidos, pois a vida lhe havia ensinado que a harmonia das trocas mercantis escondia relações desiguais de poder. O sistema-mundo reproduzia e ampliava as distâncias entre os centros industrializados e a enorme periferia produtora de bens primários. Dedicou enorme esforço para mudar esse quadro.</div> <div></div> <div>    Não era um revolucionário. A seu ver, a solução teria de ser buscada dentro do sistema, alterando gradativamente a divisão internacional do trabalho, sem rupturas. Isso exigia uma ação estatal eficaz, mas prudente, capaz de produzir mutações sem sufocar a iniciativa privada, sem estabelecer protecionismo excessivo, sem proteger a ineficiência e sem fazer concessões à inflação. Defendeu uma criteriosa combinação, caso a caso, de substituição de importações e promoção de exportações. Foi um crítico do populismo e do socialismo de tipo soviético: “Deve haver um equilíbrio razoável entre o papel do Estado e a atuação de interesses individuais na vida econômica.”</div> <div>    Essa combinação de ousadia e cautela na promoção de reformas foi a marca registra de Prebisch, que sempre se equilibrou na complexa política internacional de seu tempo, desagradando radicais de todos os lados. Terminou a vida reconhecido como um dos grandes estadistas do século. Recebe agora, graças a Edgar J. Dosman, uma biografia à altura, escolhida como um dos livros do ano por The Economist. </div> <div><em>César Benjamin</em></p> <p>Dizer que a apresentação de Prebisch em Havana [em 1949] eletrizou a plateia é diminuir seu impacto. Surgindo como uma figura misteriosa, ele criou uma tensão quase insuportável quando prolongou o silêncio antes de começar um discurso em tom baixo e voz profunda, sem ler. Os delegados vivenciaram coletivamente uma experiência inesperada e hipnótica. Prebisch apresentou conceitos econômicos complexos sem cair no jargão, envolvendo a plateia enquanto desenvolvia o tema da independência regional. Ninguém ficou impassível. Seu Manifesto abalou os representantes mais graduados dos Estados Unidos e da ONU, que perceberam sua força. O marco estruturalista apresentava uma nova abordagem ao desenvolvimento. Os especialistas perceberam que um novo debate havia sido lançado. </p></div> <div><em>Edgar J. Dosman</em></div> <p> </p> <p> </p> <p><span style="color: #000000">Mais informações sobre o livro em </span><a href="http://www.contrapontoeditora.com.br/">www.contrapontoeditora.com.br</a></li> </ul> </div>