A perda de Mário Soares clama por Correio extraordinário, de homenagem especial. Continuar lendo
Depois do desaparecimento de João Mangabeira, a minha estrela mais brilhante de orientação política foi o grande socialista português que acaba de nos deixar.
Junto com o alemão Willy Brandt e o sueco Olof Palme, compôs a tríade que liderou o movimento político mais exitoso, promissor e importante dos últimos cento e cinquenta anos, que foi a socialdemocracia europeia, extinta depois da derrocada soviética, quando o grande capital sentiu-se empoderado e seguro para impor o neoliberalismo de forma absolutamente dominante nas Américas, na Europa e na África.
BRAGA, Roberto Saturnino Memórias do Desenvolvimento. Ano 4, nº 4. Rio de Janeiro: Centro Internacional celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, 2010.
Entrevista
Roberto Saturnino Braga nasceu em 1931 no Rio de Janeiro. Continuar lendo
Formado
em engenharia pela Universidade do Brasil (1954), dois anos depois passou a
trabalhar no BNDE, onde se especializou em engenharia econômica. Estudou na
Cepal e no Iseb. Ingressou na vida política em 1960, quando se filiou ao Partido
Socialista Brasileiro, pelo qual se elegeu deputado federal, à frente da coligação
Renovação Federal, liderada pelo PSB. Inclinado às posições nacionalistas e de
esquerda, não foi cassado após o movimento militar de 1964, mas, passados dois
anos, sua recandidatura a deputado federal foi impugnada por pressão do governo
Castello Branco, o que o obrigou a retornar ao BNDE. Voltou à política apenas em
1974, quando foi convidado por Amaral Peixoto para ser candidato ao Senado pelo
Movimento Democrático Brasileiro, do qual fora fundador em 1966. Foi prefeito
do Rio de Janeiro, eleito em 1985.
Tese | Thaiz Silveira Braga | Programas públicos de microcrédito produtivo e orientado: uma avaliação da eficácia do Crediamigo para a inserção da população de baixa renda do setor informal no mercado de crédito
BRAGA, Thaiz Silveira 2011.
Artigo
O microcrédito constitui serviço de intermediação financeira destinado à população de baixa
renda, permitindo- lhe acesso a financiamento e, consequentemente, ao desenvolvimento das
suas atividades produtivas. Continuar lendo
As iniciativas de utilizar o microcrédito como instrumento de
política pública de geração de emprego voltado para os pequenos produtores do setor informal
de baixa renda no âmbito do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado
(PNMPO) caracterizam-se como objeto de interesse deste estudo. Busca-se avaliar o
programa CrediAmigo do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), com vistas a identificar a
eficácia deste para a inserção da população pobre do setor informal no mercado de crédito
produtivo. Para a consecução deste objetivo geral é estimada a demanda potencial do
microcrédito no Brasil por meio da construção de categorias de análise referentes às formas
de inserção no setor informal. A base de dados utilizada é a Pesquisa Nacional por Amostras
de Domicílio (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para o ano de
2009. São apresentados o contexto e as diretrizes para a política pública direcionada ao setor
informal, destacando-se a evolução da atividade de concessão de microcrédito aos produtores
informais, através do PNMPO, com destaque para o programa CrediAmigo do BNB. Por fim,
o programa CrediAmigo é avaliado quanto a adequação e cobertura do público efetivamente
atendido com relação ao público alvo, capacidade de expansão dada a demanda potencial e
combinação de instrumentos de apoio. A presente pesquisa é um trabalho de natureza
descritiva, qualitativa e quantitativa de corte transversal com base em dados secundários, que
utiliza a estratégia de estudo de caso. O estudo aponta para o baixo desempenho dos
programas de microcrédito produtivo orientado diante dos desafios colocados para o
desenvolvimento do segmento de microfinanças no Brasil, no que tange a inclusão social e
econômica dos trabalhadores informais mais pobres no mercado de crédito produtivo.
As duas fases da história e as fases do capitalismo
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos Crítica e Sociedade: revista de cultura política. v.1, n.1, jan./jun, 2011.
Artigo
Podemos olhar a sociedade capitalista em que vivemos sob diversos ângulos: em termos técnicos, o que sugere um capitalismo industrial ou então pós-industrial. Continuar lendo
Ou em termos de abertura de mercados, o que nos permite falar em globalização. Ou sob um ponto de vista político, e então teremos o Estado democrático liberal ou então o Estado democrático social. Ou em termos culturais, e falaremos em modernidade. Ou ainda em termos sociológicos, e teremos o capitalismo profissional ou do conhecimento ou tecnoburocrático. Neste caso teremos os vários tipos de sociedades pré-capitalistas e o capitalismo, que, por sua vez, tomando-se como referência nações que primeiro completaram sua revolução capitalista, passa por duas fases: no século XIX, a fase do capitalismo clássico ou liberal, e a partir do início do século XX até hoje, o capitalismo profissional. Neste texto quero começar discutir a esse tipo de capitalismo de um ponto de
vista histórico, em termos das etapas ou fases por que têm passado as sociedades nacionais depois que realizam sua revolução capitalista.
Ex-ministro da Fazenda brasileiro defende fim do euro em entrevista ao Le Monde
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos Le Monde 7.8. 2012.
Entrevista
Para tirar a zona do euro da crise, é necessária uma solução: acabar, de maneira ordenada, com a moeda única. Continuar lendo
Essa é a visão defendida pelo brasileiro Luiz Carlos Bresser-‐Pereira, professor emérito de economia da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, e várias vezes ministro nos anos 1980 e 1990. Ele foi, em particular, ministro da Fazenda em 1987, quando o Brasil reestruturou sua dívida pública.
Uma revisão da Teoria de Estagnação de Celso Furtado e a crise econômica dos anos 1960
BUGELLI, Alexandre Hamilton; PIRES, Júlio Manuel Cadernos do Desenvolvimento. Ano 6, nº 9. Rio de Janeiro: Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, 2011.
Artigo
O presente artigo trata da revisão da Teoria da Estagnação Econômica de Celso Furtado, forjada durante os períodos de crescimento industrial do pós-guerra, paradoxalmente marcados por altas taxas de crescimento econômico, depressão e novo ciclo de crescimento, em um contexto no qual as formulações daquele autor foram amplamente analisadas. Continuar lendo
O artigo “Political Obstacles to Economic Growth in Brazil”, editado em 1965, durante o exílio, quando o econo- mista lecionou como professor convidado em Yale, nos Estados Unidos, constitui uma fonte de alguns pensamentos pouco explorados do autor.
Subdesenvolvimento e Estado de Exceção: Aspectos do pensamento de Celso Furtado
CABRAL, Mário Andre M. Monografia. (Segundo colocado no 1º Prêmio Centro Celso Furtado-BNB). Fortaleza, 2011.
Teses e Monografias
O presente trabalho tem o objetivo de compreender as relações entre subdesenvolvimento e
estado de exceção, a partir das contribuições teóricas de Celso Furtado, tanto no plano da
compreensão conjuntural quanto no plano propositivo. Continuar lendo
Com base em metodologia centrada na
pesquisa bibliográfica, busca-se, no primeiro capítulo, entender porque o Brasil permanece
sendo um país subdesenvolvido e periférico, mesmo com as recentes mudanças no que se
refere à distribuição de renda e ao prestígio internacional. Nesse passo, pretende-se aclarar a
afirmação de Francisco de Oliveira de que o subdesenvolvimento é a exceção permanente da
periferia do capitalismo. No segundo capítulo, intenta-se construir uma análise propositiva da
situação periférica brasileira. Inicialmente, ressalta-se a importância de se concretizar a
Constituição de 1988, com seus preceitos teleológicos que apontam para transformações nas
estruturas sócio-econômicas existentes. Porém, observa-se que a Constituição, por si só, não é
capaz de dar concretude ao programa de transformações nela prescrito. Por isso, num
momento seguinte, debruça-se sobre o papel do Estado no sentido da superação do
subdesenvolvimento. O modo pelo qual o Estado pode se fortalecer para dar cabo a esse
propósito é a apropriação do excedente. De posse dos pressupostos construídos, foi possível
perceber que o Brasil, sendo um país que ainda não alcançou uma homogeneização social
com o fito de satisfazer as necessidades básicas para uma vida digna em relação a todos os
seus cidadãos, insere-se em um ambiente propício à suspensão da ordem posta e das garantias
constitucionais, situações caras ao estado de exceção. Nesse sentido, alcançar o
desenvolvimento – superando o que se chamou de “desafio furtadiano” – é não apenas
efetivar a Constituição, através da afirmação da soberania econômica e da promoção de
justiça social e dignidade humana, mas também, e sobretudo, garantir o Estado democrático
pelo qual o povo brasileiro lutou para estabelecer.