A hora e a vez do desenvolvimento regional brasileiro: uma proposta de longo prazo
CARLEIAL, Liana; CRUZ, Bruno IPEA. Texto para Discussão, nº 1729, 2012.
Artigo
O artigo defende o argumento de que o atual momento da economia e da sociedade
brasileiras é propício para o estabelecimento de uma estratégia de desenvolvimento
regional. Continuar lendo
O Brasil tem 60 anos de políticas de desenvolvimento regional, mas não
obteve o êxito necessário para reduzir, de forma significativa, as desigualdades
regionais. Considerando que há um conjunto de investimentos em infraestrutura e
em setores estratégicos da indústria fora do eixo Rio–São Paulo, a complementação
desses investimentos poderá conduzir a um adensamento das estruturas produtivas
das regiões mais empobrecidas. A base desse argumento é oriunda do pensamento
de Celso Furtado, para quem o subdesenvolvimento é uma produção do próprio
desenvolvimento do capital, em certas circunstâncias, e apresenta como características
centrais a heterogeneidade estrutural, a ausência de um núcleo inovador, como os países
desenvolvidos tiveram, e uma incapacidade de diversificação produtiva cuja razão maior
é a histórica vulnerabilidade externa. A natureza do subdesenvolvimento tem implicações
significativas para a constituição dos mercados de trabalho e, ainda, condiciona um
padrão desigual de distribuição de renda. As “boas novas” do cenário brasileiro podem
permitir a reversão desse quadro.
A supremacia dos mercados e a política econômica do Governo Lula
CARNEIRO, Ricardo Política Econômica em Foco, n. 7 – nov./abr. 2006.
Artigo
O artigo faz uma síntese dos principais aspectos atinentes à avaliação da política econômica do governo Lula. Continuar lendo
Cabe destacar as questões mais relevantes dessa avaliação, sobretudo, no que tange aos avanços obtidos nesse governo. Não cabe dúvida acerca da melhoria de alguns aspectos e indicadores, durante o período 2003-2005. Mas, o essencial é avaliar a sustentabilidade ou permanência desses avanços. Desse ponto de vista, quatro temas principais serão postos em relevo; a redução da vulnerabilidade externa; a diminuição da fragilidade fiscal; a melhoria da distribuição de renda; o estabelecimento de um novo modelo de crescimento.
CARNEIRO, Ricardo Texto para discussão. IE/UNICAMP, n.120, abr. 2006.
Artigo
A hipótese central do artigo é a de que, no contexto da globalização, a inconversibilidade monetária constitui-se no principal problema dos países periféricos. Continuar lendo
Parte-se da reconstituição dos debates, entre as posições antagônicas, para a explicação da inconversibilidade, a do pecado original (original sin), e da intolerância ao endividamento (debt intolerrance). Apesar de estar de acordo com a primeira posição, o artigo vai além e procura explicar as razões para a fragilidade monetária e financeira doméstica, dos países periféricos. Para tanto, critica a tese do risco jurisdicional e propõe que esta fraqueza decorre da transmissão, para o plano interno, dos riscos inerente à inconversibilidade.
CARNEIRO, Ricardo Texto para Discussão. IE/UNICAMP, n. 126, jul. 2007.
Artigo
Este artigo busca caracterizar a existência de um duplo padrão de inserção periférica na globalização, cada um deles correspondendo às duas principais regiões da periferia: a Ásia em desenvolvimento e a América Latina. Continuar lendo
Para distinguir essas formas de integração para além da dicotomia trade x capital account proposta pelo mainstream, procura-se recuperar, inicialmente, os traços gerais do capitalismo contemporâneo, vale dizer, a reafirmação da hegemonia das finanças nos países centrais e a sua tradução no plano internacional, a globalização. A partir da caracterização de uma dupla dimensão do processo de globalização, a produtiva e a financeira, sob a égide da segunda, procurou-se mostrar como as duas regiões periféricas, e alguns países particulares a elas pertencentes, nela se inseriram. Constata-se, ademais, que a forte divergência das regiões em termos de desempenho produtivo tecnológico (catching up) expressa a sua relação privilegiada com uma das formas de integração.
CARNEIRO, Ricardo Cadernos do Desenvolvimento. Ano 3, nº 5. Rio de Janeiro: Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, 2008.
Artigo
Para discutir as várias dimensões da integração e suas inter-relações, este texto se divide em três seções. Continuar lendo
Na primeira, discutem-se os aspectos gerais da inserção na economia global das duas principais regiões periféricas: Ásia em desenvolvimento e América Latina. Em seguida, examina-se o desempenho dessas regiões do ponto de vista do crescimento e, por fim, analisam-se os perfis intra-regionais de integração dessas regiões.
CARNEIRO, Ricardo Cadernos do Desenvolvimento. Ano 3, nº 5. Rio de Janeiro: Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, 2008.
Artigo
As iniciativas de integração regional em que o Brasil assumiu papel protagonista vêm se dando em um contexto de afirmação de um projeto político e econômico. Continuar lendo
Isso permitiria aos países sul-americanos obter maior poder de barganha, maior coesão econômica e social e influência política nos fóruns e organismos multilaterais.
O desenvolvimento brasileiro pós-crise financeira: oportunidades e riscos
CARNEIRO, Ricardo Textos Avulsos do CECON, n. 4, ago, 2010.
Artigo
Examinar as possibilidades de continuidade ou mesmo aceleração do desenvolvimento brasileiro supõe considerar duas questões distintas, mas inter-relacionadas: qual será o novo perfil do crescimento internacional após a crise e quais suas implicações sobre a dinâmica de crescimento recente no país. Continuar lendo
Isso exige avaliar os contornos gerais desse novo padrão internacional e de como esses novos parâmetros interagem com as principais características do estilo de crescimento doméstico recente.
CARNEIRO, Ricardo Textos Avulsos. Observatório da Economia Global,n. 1, abr. 2010.
Artigo
Analisar e projetar como ficará a ordem econômica internacional fundada no dólar como moeda reserva e na ampla mobilidade de capitais é uma tarefa crucial para refletir quais serão os constrangimentos ou impulsos que advirão dessa ordem para os países periféricos. Continuar lendo
Este texto procura discutir este assunto partindo da hipótese mais geral de que os já recorrentes desequilíbrios desse sistema, associados a outros desencadeados pela crise, conduzirão necessariamente a mudanças no SMI, cujo sentido maior será o de ampliar a sua instabilidade. Para realizar essa tarefa examinam-se inicialmente de um ponto de vista mais abstrato os requisitos da existência de uma moeda reserva. Em seguida, discute-se o papel das várias moedas importantes no âmbito internacional, quantificando o seu peso nas transações cambiais, comércio, reservas e fluxos financeiros. O passo seguinte consiste em avaliar como os fluxos de capitais internacionais e os mercados financeiros domésticos dão suporte à preeminência do dólar. Por fim, à guisa de conclusões, avalia-se de modo exploratório como se poderia organizar o novo SMI.
Commodities, choques externos e crescimento: reflexões sobre a América Latina
CARNEIRO, Ricardo Serie Macroeconomía del desarrollo N° 117, CEPAL, Nações Unidas, janeiro de 2012.
Artigo
A elevação de preços das commodities, cuja duração alcança quase uma
década, tem levado muitos economistas a rever as suas concepções a
respeito das possibilidades de desenvolvimento das economias
especializadas na sua produção. Continuar lendo
Até o início dos 2000, não era incomum
mesmo em searas ortodoxas, as referências à deterioração dos termos de
intercâmbio como fator impeditivo do desenvolvimento e mesmo, alusões
ao caráter paradoxal da benesse da abundância dos recursos naturais como
geradora de seu contrario; a maldição.
A intensidade, em termos de patamar, a abrangência, quanto ao
número de produtos, e a duração, em número de anos, do aumento de
preços, sugere que se está diante de fatos históricos particulares a requerer
uma análise e reflexão aprofundadas. Este trabalho se propõe a abordar este
tema, destacando uma questão de fundo: até que ponto agora é diferente?
Estaremos de fato diante de uma nova configuração do sistema mundial e de
novas tendências nos preços, que podem se constituir num importante
incentivo para o desenvolvimento dos países subdesenvolvidos,
particularmente na América Latina?
Para abordar o assunto, optou-se por privilegiar alguns aspectos
dentre tantos outros possíveis, bem como, lançar mão de informações
estatísticas para um período mais largo, na esperança de que o passado
ajude a entender o presente. Assim, são examinados na sequência do
texto: a natureza da produção de commodities e o desempenho comparado
dos países periféricos nelas especializados; a tendência secular dos preços,
no que tange a patamares, volatilidade e correlação; a recente
financeirização dos preços; os padrões de especialização produtiva na
América Latina e os perfis alternativos de política econômica; os arranjos
de políticas internacionais.